Como é ser um dentista digital na prótese? Confira um depoimento do Dr. Sérgio Lian e descubra!​

“Tenho experiência de 37 anos como dentista, sou apaixonado por prótese clínica e laboratorial e atuo nas duas áreas.​

​Durante 34 anos eu me esforcei para tornar as próteses o mais precisas possível, sejam elas simples restaurações ou grandes reabilitações. Esse trabalho me trouxe muita satisfação, pois consegui alcançar bons resultados, mesmo com os materiais e métodos da época. Até hoje revejo alguns deles nas manutenções e retornos periódicos dos clientes, e percebo como o trabalho foi bem feito, o que me deixa muito satisfeito.​

​Ingressei na odontologia digital há quase 4 anos e essa experiência me ensinou muito. Por conhecer as vantagens de ingressar neste campo, decidi expor minha experiência e opinião sobre como é ser um dentista digital na prótese.​

Inicialmente, considero que o dentista que opta por um laboratório equipado com fresadoras, scanners e impressoras, já se tornou parcialmente um “dentista digital” por já usufruir de algumas tecnologias da área, como: arquivo digital de modelos e trabalhos protéticos concluídos que podem ser recuperados e refeitos; participação em trabalhos disponibilizados em arquivos HTMLs, que permitem a visualização dinâmica dos modelos articulados, das delimitações dos preparos e dos desenhos das restaurações, protocolos, placas de mordida possibilitando interferir e sugerir modificações que considerar pertinentes; planejamento digital dos casos estéticos que podem se tornar modelos físicos impressos para construção de muralhas para Mock ups; diminuição do prazo de confecção dos trabalhos e alta qualidade de adaptação e, por fim, acesso a uma gama de materiais restauradores que são possíveis nos métodos digitais, tais como zircônia, PMMA, restaurações híbridas, fibra de vidro, entre outros.​

​Entretanto, o passo definitivo para ingressar na odontologia digital é adquirir um scanner intraoral. Apesar do valor considerável, posso afirmar por experiência própria que o investimento vale cada centavo, se feito com planejamento.​

Como disse no início, na minha carreira sempre foquei em procurar a maior precisão possível na realização dos trabalhos, e para isso investi muito em treinamentos, materiais e equipamentos, sempre buscando atingir o meu melhor desempenho com o que eu tinha!​

Desses esforços, houve dois pontos que mudaram completamente meus atendimentos com o scanner intraoral: ajustes oclusais e precisão de adaptação dos trabalhos executados. Estes dois aspectos são passíveis de erros e distorções nos processos convencionais de produção de próteses. Mas sendo um dentista digital, eles são minimizados.​

Por exemplo, quanto ao ajuste oclusal, os trabalhos que eu fazia na fase “pré digital” eram preparados e moldados por mim, assim como eu também fazia o registro de mordida, preparava os modelos no laboratório e produzia minhas próprias restaurações. Na maioria das vezes, havia mais ajuste oclusal do que o esperado. Isso ocorre devido aos erros provenientes de deformações na moldagem, como rompimentos de materiais e má articulação dos modelos devido à precária adaptação do registro de mordida nos modelos. ​

​Contudo, no processo de escaneamento intraoral esses problemas não existem. Estando o paciente na máxima intercuspidação (importante checar isso, pois é uma fonte de erro, “morder na posição errada” é comum em alguns pacientes), o registro de mordida digital não sofre nenhum processo que pode alterá-lo e, portanto, o processo cansativo dos ajustes oclusais na consulta de cimentação ou de entrega do trabalho protético é incrivelmente reduzido, quando existem, a um ou dois contatos mais proeminentes. Isso melhora ainda mais com os registros de movimentos mandibulares que possibilitam ajustes nos movimentos excursivos contactantes.​

​Além disso, os pacientes que experimentaram ajustes antes da instalação de trabalhos restauradores e, algumas vezes necessitando mais de uma consulta devido à quantidade de desgaste, ficam perplexos e admirados com a precisão! Ou seja, ser um dentista digital é vantajoso para o profissional e também para o paciente.​

​Adaptar restaurações nunca foi um problema para mim, pois sempre fui cuidadoso com reparos, afastamentos e moldagens, mas mesmo assim, minhas restaurações nunca foram tão precisas nas margens (sem excesso sensível na ponta do explorador), como têm sido nos meus trabalhos com escaneamento intraorais, fresados e terminados em microscópio.​

O motivo dessa precisão é o fato de evitar diversos erros que vão se acumulando desde a moldagem, vazamento e tratamento dos troquéis de gesso.​

​Portanto, colegas de profissão, eu posso dizer que considero uma sábia decisão se tornar um dentista digital, visto que as técnicas da odontologia digital são o futuro da profissão. Além disso, estamos em constante desenvolvimento tecnológico, o que vai transformar definitivamente a área da odontologia, desde as especialidades restauradoras até a ortodontia.”

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